Bem-vindo ao meu universo criativo

Arte e Espiritualidade

Para mim a intersecção entre a arte e a espiritualidade emerge num espaço onde o fazer manual se torna um portal para a conexão com o divino. A arte, seja numa abordagem mais contemporânea ou tradicional, transcende o mero aspecto estético, adentrando as profundezas da alma humana. Essa jornada é uma busca constante por expressões que transcendam o físico, mergulhando na essência do ser. 

Trabalhar com metais, seja na criação de joias ou na cutelaria, envolve um diálogo íntimo com os elementos primordiais da natureza. Os quatro elementos se combinam manifestando formas que ecoam os mistérios do universo. Esse processo alquímico não apenas transforma o metal, mas também quem o manipula, encontrando na prática artesanal uma via de autoconhecimento e transcendência. 

Além disso, o resgate dos conhecimentos ancestrais nos processos criativos não apenas honra as tradições passadas, mas também oferece uma conexão profunda com as raízes culturais e espirituais. A sabedoria acumulada ao longo de gerações se manifesta nas técnicas e nos materiais escolhidos, criando pontes entre o passado e o presente, entre o sagrado e o profano. 

Assim, a arte se revela não apenas como um meio de expressão estética, mas também como uma prática espiritual que nos convida a explorar os mistérios da existência humana. No fazer manual, encontramos não apenas uma importante forma de resistência, mas também um caminho de reconexão com nossa essência mais profunda e com os legados deixados por nossos antepassados. 

Processo Criativo 

O meu processo criativo começa com uma imersão profunda na fonte de inspiração escolhida, seja ela a natureza exuberante, os mitos e símbolos da história humana ou mesmo a partir de uma descoberta durante um outro processo de criação. Nessa fase inicial, reflito sobre os elementos que me cercam, buscando capturar algo de sua essência e significado. Em seguida, passo para a fase de experimentação, onde mergulho nas técnicas artesanais, explorando materiais, texturas e formas para expressar minha visão. Este estágio é marcado por um diálogo íntimo entre o subconsciente e o meio externo, onde a intuição, a sensibilidade e os saberes orientam cada movimento. Existe aí uma fase de embate entre o que se pretende e o que efetivamente se realiza, culminando finalmente na criação de uma obra, de um processo ou de uma nova inspiração. 

Fontes de inspiração 

Uma das minhas fontes de inspiração mais constantes é o vasto conjunto de mitos, lendas e símbolos que atravessam culturas e épocas. Os mitos antigos frequentemente abordam temas universais, como a jornada do herói, a dualidade entre luz e escuridão, e a busca pela sabedoria e transcendência. Ao explorar essas narrativas ancestrais, encontro uma riqueza de imagens e metáforas que podem ser reinterpretadas e reimaginadas. Essas histórias também oferecem insights sobre as profundezas da psique humana e os anseios espirituais que têm ecoado ao longo dos séculos, fornecendo uma fonte inesgotável de inspiração para explorar os mistérios da existência através da arte.  

A própria natureza é também uma constante forma de inspiração. A complexidade e a beleza encontradas na flora, na fauna e nos elementos naturais oferecem um vasto repertório de formas, cores e texturas. Além disso, a natureza também nos ensina sobre ciclos de vida, transformação e interconexão, aspectos que podem ser refletidos no processo criativo e na arte final.